Ambos existem para que o público aprecie um bom espetáculo. Ambos são para entretenimento. Ambos exigem treino, ensaio, dedicação e esforços dos artistas no palco. Ambos tendem a emocionar os espectadores. Mas existe uma grande e grave diferença: o público. O máximo que acontece quando um espectador no teatro não se agrada do que está assistindo, é uma retirada prévia. Numa excepcionalidade, uma discretíssima vaia. Já no estádio… Infelizmente a educação é totalmente submissa à emoção extrapolada e à intempestividade dos torcedores. A retirada dos alambrados nas construções das Arenas, está nos trazendo uma realidade preocupante. Hulk, por exemplo, tomou um banho de cerveja dos torcedores do Athletico-PR ao comemorar o gol. Isso é ínfimo se comparado às outras situações, tais como atirar objetos, cuspir ou até agredir fisicamente um dos artistas, antes ou depois do espetáculo. E o absurdo é a crença do agressor de que tem esse direito por “pagar o ingresso e o salário” dos agredidos. Reflexo da nossa cultura. Reflexo da nossa educação.