Reza a lenda, na verdade a história, que um jovem tenista aspirante à carreira profissional, teria sido um bravo indômito na adolescência. A ponto de discutir com adversários e quebrar raquetes. Tapas na ampulheta. O garoto cresceu, amansou, amadureceu e se transformou, se não no maior, no mais carismático e querido jogador de tênis de todos os tempos. Os títulos, os números, a pontuação no ranking, foram apenas complemento para os predicados a ele atribuídos ou aos vocativos de espanto proferidos por boquiabertos espectadores, que, na grande maioria, transformavam-se invariavelmente em fãs. Assistir a Federer, era contemplar um mix de bailarino, com um guerreiro que brigava até o fim, por um simples ponto de game. Aliás, pensando bem, Federer nunca disputou, intrinsecamente, “um simples ponto”. Federer parar, significa pra mim um misto de tristeza, por não mais contemplá-lo nas quadras, com a felicidade de ter feito parte da sua geração. Vai Federer. Vá pra galeria definitiva dos imortais. E deixe, na minha memória e no seu legado, emoções que até então, só havia sentido com os brasileiros. Zico, Nelson Piquet e Gustavo Kuerten, foram os mais marcantes na memória do meu coração. Claro que milhões de torcedores também ficarão tristes. Tenho pena, inclusive, daqueles “falsos” que, pra mostrar intimidade, o chamaram de Roger. Eu, pela minha peculiar sinceridade, sempre tratei você pelo seu nome verdadeiro: Rogério! O irmão mais novo de Guga. Até porque, foneticamente, pelo menos, não existe muita diferença entre nascer na Basiléia ou no Brasil…