Caraca! Tem hora que não dá pra entender alguns colegas. Marrocos segura a Espanha (ou foi o contrário?!) e o narrador encerra a prorrogação com essa frase. Quando a gente joga na loteria, ao marcar as colunas, estamos entregando o resultado à sorte porque, a partir dali, nada mais podemos fazer para ganhar. Cobrança de pênaltis é bem diferente. Vai muito além da sorte. Exige treinamento, personalidade, convicção, frieza, dentre várias outras aptidões para colocar a bola na rede. Comentava na nossa Live (pós-jogo do Brasil) com Ricardo Rocha, que a barra do futebol de campo, com 7m32cm de comprimento por 2m44cm de altura, vira uma baliza de futsal, na hora de uma decisão por pênaltis. É um tremendo desafio para os batedores. Para o goleiro, o que vier é lucro. Há exceções, como a falta de sorte do goleiro Carlos, num dos pênaltis cobrados pela França na Copa do Mundo de 1986. A bola pegou na trave, nas costas dele e entrou. O normal é vilanizar o batedor. Um exemplo? Ado, ponta esquerda do Bangu que perdeu o último pênalti da decisão contra o Coritiba, em 1985. A carreira dele acabou ali. Resumindo: pênalti é, acima de tudo, competência. Não acredito que profissionais do microfone insistam em dizer que “pênalti é loteria”. Quem diz isso, jamais jogou futebol.