De dez confrontos diretos entre Croácia e Brasil, o Brasil venceria oito. Escrevi e falei sobre esse assunto exaustivamente, de sexta pra cá. O futebol é esse esporte fantástico porque permite que uma seleção finalize uma única vez e vença a partida. Foi isso que os croatas fizeram. Deram um chute apenas diante dos brasileiros e contaram com a sorte da bola ter desviado em Marquinhos e traído Alisson. Dentro do limitado poderio técnico que possui, a Seleção de Zlatko Dalic tem que ser exaltada. Mas o sarrafo é muito baixo. O repertório de criação de jogadas e finalizações é crítico. Falei que o time croata teria que fazer algo mais do que ter disciplina e atenção com Messi, pra ganhar da Argentina, como falou Dalic antes do jogo. O resultado fala por si. 3×0, fora o baile. Méritos pra Argentina? Claro que sim. Principalmente por ter sido intensa e se preparado para o imponderável. Uma grande atuação de Messi, coadjuvado por Julián Álvarez. Quanto à Croácia, a derrota foi fundamental para quem aprecia o jogo jogado. O futebol propositivo. Os treinadores sem recursos e retranqueiros, que defendem a vitória “por uma bola”, já estavam com o discurso pronto. Sinceramente? Espero mais de um jogo de futebol. Ter a posse de bola sem buscar intensamente o gol, não me representa. Após a derrota pra Bélgica, Casagrande encheu a boca pra dizer que surgira “A nova ordem no futebol mundial”. E muitos já estavam prontos pra defender essa tese, no Mundial do Qatar. A casa caiu. A ordem continua a ser JOGAR BOLA. A prioridade continua sendo fazer, e não tomar, gols. Pena que tenhamos que contar com a Argentina para constatar e evidenciar isso.