Fui questionado na CBN, se a Croácia mereceu ter vencido o Brasil. E a minha resposta foi “não”! Uma Seleção que dá um chute no gol em 120 minutos, cujo goleiro faz pelo menos cinco defesas difíceis, que toma um gol sendo envolvida com os onze jogadores atrás da linha da bola, e que chega ao empate na falha de marcação adversária com um gol em que a bola desvia no zagueiro, tem que ter a meritocracia, no mínimo, questionada. A Croácia não anulou o Brasil, como alguns falam. Anular, é não deixar jogar. É não sofrer. É tirar a capacidade de produção do adversário. É ser eficaz na marcação, mas sabendo utilizar o futebol reativo, ou seja, contra-atacar para frear o ímpeto do time oponente. A partir do segundo tempo, a Croácia foi amassada até levar o gol na prorrogação. Peguem a integra do jogo e analisem. Contra a Argentina, o goleiro faz um pênalti no primeiro gol, Álvarez tabela duas vezes com o adversário no segundo, e uma brilhante jogada de Messi, não mais brilhante que o gol de Neymar, redunda no terceiro gol. Interessante é que qdo se vence, os conceitos são distintos. Mérito da Argentina (não se fala na fragilidade da poderosa Croácia). E é enaltecido o poder de marcação da fantástica Croácia, esquecendo-se de tudo o que o Brasil fez, no jogo que contamos acima. Não dá pra aceitar comentários baseados no resultado. Venceu, logo é melhor. Não penso assim. Afinal, estamos falando do esporte que mais possibilita injustiça, a depender dos critérios utilizados para o conceito dessa palavra. A primeira palavra que utilizo para conceituá-la é o rendimento. É mais provável jogar melhor e ganhar, do que o contrário. Mas no futebol, nem sempre o melhor vence. E aí, no conceito de alguns, se não venceu, não foi o melhor. Respeito, mas não concordo…