É impressionante a quantidade de profissionais linkados ao futebol que insistem em justificar maus rendimentos e resultados de um clube, à sequência de jogos, mais precisamente, ao calendário. Desde que o mundo é mundo, desde que a bola rola, o futebol foi desenvolvido com jogos sendo realizados domingo/quarta/domingo, ou seja, no intervalo mínimo de 72 horas. Hoje a lei é ainda mais rigorosa. O espaço de 66 horas é suficiente para intercalar duas partidas oficiais de futebol. Os treinadores, mais precisamente eles, adotaram o tema para que ele se tornasse um mantra na justificativa para uma derrota. O pior: não só após ela acontecer, mas também, antes que ela aconteça. Quando já aconteceu, “meno male”. Vira só mi mi mi. Choro de perdedor. Mas quando se justifica antes de uma partida e, principalmente, antes de uma decisão, vira uma absurda falta de neurônios. Estou sendo polido. Refiro-me à estupidez. Burrice. Primeiro: não está sendo desrespeitada a lei das 66 horas. Segundo: já se sabe previamente o que acontecerá. Terceiro: é tudo que o jogador prefere. Justifiquemos. Quando é mantida a distância regulamentar de 66h, pressupõe-se que elas sejam suficientes para a recuperação de um atleta. Eu falei ATLETA, e não, jogador. Segundo: vai disputar duas, três competições paralelas? Prepare-se pra isso. Ou forme um elenco, e não apenas um time para isso, ou decline de uma delas. É o famoso jargão: “se não aguenta, porque nasce?” E terceiro: nós estamos falando sobre eles. Sobre o rendimento deles. Dos atletas. Pergunta pra eles o que eles preferem? Jogar domingo/quarta/domingo, ou treinar uma semana inteira? Pergunta pros sinceros. Pergunta pros verdadeiros. Pergunta pros ATLETAS. Pergunta pra Kuki. Pergunta pra Wagner Love… aos 38 anos (39 em 11/06)? Tem nada de “desumano”. O verdadeiro atleta prepara-se e recebe muito bem pra isso. O resto é conversa fiada e desculpa prévia, ou justificativa, para os perdedores.