Be careful, FIFA

Cresci convivendo com polêmicas referentes às Copas do Mundo. A escolha da cidade-sede, nem sempre criteriosa e na maioria das vezes política, foi reiteradas vezes questionada pela crônica esportiva mundial. Minha geração assistiu às primeiras discussões na Copa realizada na Argentina, do General Jorge Rafael Videla. O país sede vivia sob o comando do ditador, que alterou o regulamento, durante o torneio, e abriu caminho pro primeiro título do seu país. Espanha, México (que substituiu de última hora a Colômbia), Itália, EUA e França, sediaram na sequência o torneio, que se alternava entre a Europa e a América. Com a chegada do novo milênio, a Ásia entrou no circuito e sediou a Copa, dividida pela primeira vez, entre dois países: Coréia do Sul e Japão. Após uma breve volta à Europa em 2006 (a Alemanha sediou) chegou a vez do continente africano (2010) pedir passagem e hospedar o mundial. Em seguida, voltamos à América (Brasil) e Europa (Rússia) e chegamos ao Oriente Médio com o Qatar 2022. Quebramos mais um protocolo e o Mundial mudou de época. Passou do meio pro final do ano para atender às condições climáticas. Seguindo com a evolução(?!) dos tempos, a próxima Copa será realizada, pela primeira vez, em três países: Canadá, EUA e México. Aí, a FIFA “abusa”. Anuncia o Mundial seguinte (2030) com seis países/sedes: Portugal, Espanha, Marrocos, Uruguai, Paraguai e Argentina. E em três continentes: África, América e Europa. Sob a alegação da Copa centenária (a primeira foi no Uruguai em 1930), a Associação da Federação Internacional de Futebol, vai quebrando paradigmas. Para 2034, a Arábia Saudita parte como favorita, mas o quinto continente, a Oceania, pleiteia o evento. Calma, FIFA! A questão política está extrapolando. A plataforma financeira, ultrapassando os limites. Be careful, FIFA! Tenha cuidado para não vulgarizar a importância do JOGO DE FUTEBOL. Não deixe ele perder o charme que o glorificou nesses quase cem anos…

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Léo Medradohttps://leomedrado.com.br
Leo Medrado é um pernambucano que começou no Rádio Em 1987. Iniciou na Rádio Jornal, depois Rádio Globo, Clube, Olinda, Transamérica e CBN. Trabalhou também nas Rádios de Petrolina (Grande Rio e Emissora Rural). Transmitiu jogos pro Brasil inteiro na Rádio Nacional (Brasília, Manaus e Rio de Janeiro), emissora mais potente do país com 600Khz. Iniciou em Televisão na TV Jornal em 1998, de onde saiu para apresentar na Globo o programa dominical Lance Final. Instituiu o Projeto Tá na Rede, inicialmente na TV Tribuna e depois na Nova Nordeste. Narrou futebol no Sportv e no Première. Apresentou o Bola da Vez Nordeste na ESPN. Escreveu para a Revista Torcida e para a Folha PE. HÁ oito anos é Coordenador de Esportes e apresentador/comentarista na Rádio CBN. Voltou à ESPN agora como comentarista...
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