Não o vi jogar. Chamavam-no de “formiguinha”. Um moderno quarto homem de meio, em plena década de 50/60. Lembro-me dele como treinador. Técnico Raiz. Motivador, incentivador…Campeão. Em 1970, as Feras do Saldanha foram remodeladas. Acomodadas no único sistema que nos permitiria a oportunidade de assistir aos shows de genialidade proporcionados pelos “Cinco Dez”. Pra vocês entenderem: a camisa dez passou a ser sinônimo de craque, de melhor do time, após Pelé ganhar o primeiro título mundial para o Brasil em 1958. E aí, os melhores times do país foram contemplados com a convocação dos seus camisas 10, para o mundial do México. Zagallo teve a ousadia de colocá-los, todos juntos, no time titular. Ao lado do protagonista da 10, o Rei Pelé, Jairzinho do Botafogo, virou o 7. Gerson do São Paulo, o 8. Tostão do Cruzeiro, o 9. E Rivelino do Corinthians, o 11. E TODOS JUNTOS FOMOS. Vimos, senão o melhor, um dos maiores esquadrões de toda a história desfilar a arte, o talento do nosso futebol, pra gringo babar. De Clodoaldo pra frente, todos fizeram gol. O mérito maior foi do Novo Lobo. O Velho, conheceríamos 27 anos depois. Duas imagens ficaram marcadas na nova era Zagallo. Comandando a Seleção na Copa América de 1997, após o título contra a Bolívia, imortalizou uma frase desabafando contra os seus ferrenhos críticos: “Vocês vão ter que me engolir”. Um ano depois, na França, outra cena indelével: a peregrinação pelo gramado, motivando os jogadores para as cobranças de pênaltis, na semifinal contra a Holanda. Valeu, Zagallo. Seu legado ficará pra sempre. Seu número preferido, o 13, está guardado em nossas lembranças. Você foi a mais completa tradução do nosso futebol de talento e raça. Ser-lhe-emos eternamente gratos. A propósito: o título da coluna tem 13 letras.