Amigo/mestre

Novembro de 1995. Recebo um telefonema de um amigo recente pedindo-me a indicação de uma pessoa para assumir a gerência de futebol do Náutico. De cara, indiquei meu saudoso amigo Adelson Wanderley. Mas tinha a convicção de que ele não deixaria o Sport, pela boa fase que vivia o Leão da Ilha. Esse telefonema se repetiu por várias vezes até que o amigo em questão revelou que desde o começo estava “me testando”. E que eu seria a pessoa para assumir o cargo. Tomei um susto. Argumentei que não tinha o menor conhecimento sobre a função. Ele retrucou: “nem você nem ninguém. Nunca houve um. Vamos criar um gestor profissional de futebol”.  E assim fui exercer o cargo que mudaria a minha vida.

Após 10 anos como repórter e narrador da Rádio Jornal, deixei o microfone e fui pra Rosa e Silva. O aprendizado foi enorme. Substancial para entender os bastidores do futebol. Já havia passado pela experiência de conviver nos gramados e vestiários de um clube, jogando nos juniores do Sport em 1984/85. Mas nada se compara a experiência que adquiri como gestor. Contratar jogadores, montar um elenco, conviver com treinadores, dirigentes…

Foi a maior pós-graduação que um jornalista esportivo pode fazer. Como se não bastasse a bagagem de conhecimento, herdei do Náutico a carreira de vendedor. Devido a condição financeira precária, saí vendendo prismas, cadeiras cativas, patrocínio nas camisas do futebol amador.

Ao sair do CNC, resolvi então vender os meus próprios projetos. Retornei ao Sistema JC para apresentar o Meio-dia Esportivo, que logo se transformou em TV Jornal Esportes. Voltei pra Rádio pra participar do Assunto é Futebol e criar o Fórum Esportivo. Criamos também o Olho no Olho, na TV Jornal, viramos comentarista na RJC. Todos esses projetos só se tornaram possíveis pela viabilização financeira deles, através de patrocinadores que cooptávamos através do aprendizado no Náutico. A partir daí, em 2002, a Globo me contratou pra apresentar o Lance Final e de lá pra cá foram mais de 20 empresas entre Rádio, TV, Revista e Jornal.

Hoje, orgulho-me de estar há 11 anos na CBN, fazer parte do cast da ESPN, escrever pro Diário de Pernambuco e apresentar o “Traíras” no nosso canal pelo YouTube. E toda essa trajetória aconteceu por causa daquele telefonema  em novembro de 1995. Mas, quem fez essa ligação tão importante pra você, Léo? Quem foi o cara que mudou a tua vida? 14 de agosto. Ele está aniversariando hoje. Por isso escrevo a coluna como uma singela forma de homenageá-lo. Chamo-o até hoje de Amigo/Mestre. AMÉRICO PEREIRA! Obrigado por tudo. Que Deus te conceda muitos anos ao lado da sua abençoada família (Anunciada, Érica Ameriquinho e Dudu) com saúde e alegria. Bondade é a sua marca registrada. Obrigado, amigo!

Comentários

Artigos Similares

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
Léo Medradohttps://leomedrado.com.br
Leo Medrado é um pernambucano que começou no Rádio Em 1987. Iniciou na Rádio Jornal, depois Rádio Globo, Clube, Olinda, Transamérica e CBN. Trabalhou também nas Rádios de Petrolina (Grande Rio e Emissora Rural). Transmitiu jogos pro Brasil inteiro na Rádio Nacional (Brasília, Manaus e Rio de Janeiro), emissora mais potente do país com 600Khz. Iniciou em Televisão na TV Jornal em 1998, de onde saiu para apresentar na Globo o programa dominical Lance Final. Instituiu o Projeto Tá na Rede, inicialmente na TV Tribuna e depois na Nova Nordeste. Narrou futebol no Sportv e no Première. Apresentou o Bola da Vez Nordeste na ESPN. Escreveu para a Revista Torcida e para a Folha PE. HÁ oito anos é Coordenador de Esportes e apresentador/comentarista na Rádio CBN. Voltou à ESPN agora como comentarista...
spot_img
spot_img
spot_img