Perdeu peças, repõe. Não é tão simples assim. Futebol não é ajuste de logística. Ao perder Wagner Leonardo, Erick e Kieza, e ser derrotado cinco vezes seguidas, alguns torcedores dispararam contra a direção alvirrubra. “Tinha que ter contratado!” “Por isso, perdemos!” É mais complexo do que parece. Primeiro não adianta contratar por contratar. Não se contrata pra dar satisfação. Contrata-se por convicção. E existem momentos em que o mercado opera na baixa. E os direitos federativos e salários caem. O Náutico não contratou naquele momento, porque se investisse em jogador de qualidade inquestionável, iria estourar o orçamento. E aí, a casa cairia de vez. Salários atrasariam. A insatisfação instalar-se-ia no grupo. E basta um joio para desperdiçar todo o trigo. Edno Melo nos concedeu uma entrevista, sábado passado na CBN, explicando que só contratou quando o mercado caiu. Aí Matheus Jesus, Caio Dantas, Tavares e Jailson, puderam se enquadrar na folha do Náutico. A vitória sobre o Coritiba provou que a irregularidade, em função dos desfalques por contusões ou devoluções de jogadores, foi o grande obstáculo pro time não ter obtido o acesso. Mas comprovou também, que o futebol alvirrubro nesta disputadíssima Série B, não deve nada a ninguém. Ganhou do líder não fortuitamente, como perdeu alguns jogos. Mas sim, com austeridade de um grupo que orgulha os menos passionais e os mais conscientes torcedores alvirrubros.