Quadrienal. A gente tava com saudades dela. Desta vez, quatro anos e meio sem vê-la. Sem senti-la. Sem vivenciá-la. Findou em 15 de Julho de 2018. A França bateu a Croácia por 4×2 e conquistou o seu segundo título. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Brasil politicamente rachado, pandemia, guerra. Muita dor, muitas perdas, muito sofrimento. Nessa carência universal ela volta imponente. Soberba. Soberana. Começou ontem. Tomara que demore bastante. Curtâmo-la ao extremo. Intensamente. Agora, estejamos preparados. Nem sempre ela é justa. Já aprontou muito. Sofremos muito. O holocausto psicológico começa em 1950. Sobrando, sambando, saboreando o primeiro título, e jogando em casa, levamos uma traumática virada e padecemos dentro da nossa própria casa. Derrota pro Uruguai, 2×1. Em 1982, mostramos o melhor futebol do mundo. Uma seleção que encantava a todos. Derrota pra Itália, 3×2. Em 2014, a hora da vingança. Outra vez em casa. Vingaremos 1950. Outra traulitada. Perdemos com um inexplicável, surreal, inacreditável 7×1 pra Alemanha. Que esporte maldito é esse?! Pera lá. Tem a outra face da moeda. 1958 um menino encanta o mundo e trouxemos o primeiro caneco. 5×2 na Suécia. Quatro anos depois, o último vice seguido da história: 3×1 na Tchecoslovaquia. Em 1970, nos tornamos a maior do mundo. A primeira tricampeã mundial e a posse definitiva da taça Jules Rimet: 4×1 na Itália. Mesma Itália que ameacou a nossa hegemonia 24 anos depois. Impusemo-nos nos pênaltis: 3×2. E pra abrir uma “gordurinha” perante as outras, chegamos ao quinto título em 2002: 2×0 na Alemanha. Depois disso, alemães e italianos encostaram. Quatro títulos cada. A França chegou ao segundo título. A Espanha transformou o G7 em G8. Mas ainda somos os maiorais. Ainda? Ainda e sempre, acreditamos nós. Essa brincadeira tem nada de maldita. Ela sempre será abençoada e venerada. Bem-vinda de volta, Copa do Mundo. Depois de sofridos quatro anos e meio, dá-nos outra vez a alegria e o orgulho de termos o melhor futebol do planeta e sermos reconhecidos mundialmente por tal relevância. Serão sete jogos. Sete emoções. Sete decisões. Que rufem os tambores e venha a Sérvia…